quarta-feira, 7 de agosto de 2013
Crítica: O Brilho Eterno De Uma Mente Sem Lembranças (2004)
Escolher Jim Carrey para protagonizar uma obra de arte como esta é no minimo arriscado. Mas assertivo!Sinceramente não consigo imaginar Joel com outra face, outros olhos, outra alma. No começo é perceptível a dificuldade do ator em deixar o personagem fluir.Algumas caretas e expressões faciais tão atinentes a Jim Carrey aparecem nos primeiros minutos de filme,contudo com o desdobrar da história, o relevante ganha seu lugar e Joel simplesmente explode diante da tela como um ser real e possível.Kate Winslet está ofuscante, sua atuação convence e comove e apesar da personagem ajudar, ela traz pra si as virtudes de Clementine de uma forma que você não consegue mais ver a atriz atuando e sim um ser co-existindo com a mesma.
O que falar da luz no rosto dos atores enquanto as bordas das cenas vão ficando escuras?Não seria essa um típica alusão às lembranças?Afinal, quando as memórias vão envelhecendo os detalhes se perdem e só o que importa fica sob a luz - em destaque no nosso íntimo. Tudo se perde, mas há coisas que ficam.Todo o começo é bonito, mas nem sempre o desfecho segue o mesmo raciocínio. O que fazer dos indícios passado que obstina-se em nos açoitar? Seria tão simples dissipar tais coisas, extinguir o que não queremos mais.Valeria a pena? Seria correto com você e com as pessoas que fizeram parte dessa história, ter tais resquícios eliminados de uma vez por todas da vida?Sim, a vida! O que é a vida senão lembranças pessoais e coletivas?Quando tudo acaba o que realmente fica?Lembranças, memórias, vestígios da passagem de algo ou alguém que podem durar pra sempre.
Esta obra cinematográfica não é um filme para qualquer um, não é algo para qualquer dia, não é esquecível. Ele põe em elevada posição perguntas intimas e muitas vezes dolorosas, que estarão frequentemente passeando no nosso "brilho eterno",o único que nem a morte seria capaz de apagar - as nossas memórias.
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