quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Crítica: Clube da Luta (1999)


"Costumávamos ler pornografia, agora era catálogo de loja." Essa frase resume toda a essência do filme. O Clube da Luta é uma crítica ao novo estilo de vida humano - consumista, fútil e acelerado. Edward Norton faz o personagem principal (O narrador) que curiosamente não tem nome, uma metáfora à falta de identidade do protagonista. O narrador é um executivo sem perspectivas que trabalha em uma empresa de automóveis, sua função é investigar acidentes e verificar se a companhia é culpada (o que acontece na maioria dos casos). Com problemas de insônia decide procurar um especialista que lhe receita como terapia (de modo indireto) - frequentar reuniões de homens que tiveram câncer no testículo."Edward Norton" começa a se sentir bem ao conviver com pessoas em situações terminais ou extremas, o que é seriamente egoísta, afinal ele usa o sofrimento dos outros para lhe trazer paz e sono. 

Como não me convém falar da sinopse do filme e sim sua mensagem vou direto ao assunto. Merla é a representação feminina do protagonista. É uma mulher sem dimensão, usuária de drogas, sem pudor e conformada com sua situação. Tayler Durden é a representação personificada do narrador, sua consciência, sua liberdade, seu verdadeiro eu, escondido nas entranhas de um ser sem identidade. Tayler é um Anarquista que descobre na luta uma maneira de se rebelar contra as imposições do mundo capitalista. As brigas são uma maneira de se autoflagelar e se ver livre das sensações atormentadoras. Muitas pessoas fazem isso bebendo, fumando, drogando-se, enfim, elas se maltratam como uma forma de protesto. Quem nunca tomou um porre por estar totalmente infeliz? Sabemos que não resolve nada, mas é o jeito que encontramos de pôr pra fora o que nos aflige. 

O clube da luta é feito de detalhes, mensagens subliminares, diálogos reveladores e no final se revela uma lição de vida. 
" Você não é seu emprego, nem quanto ganha ou quanto dinheiro tem no banco. Nem o carro que dirige, nem o que tem dentro da sua carteira, nem as calças que veste." Com uma ácida crítica aos caçadores de marcas, aos consumistas desenfreados que buscam paz em produtos, aos sonhos frustrados pela responsabilidade, às correntes do dinheiro, a um mundo onde o que você tem te define, o filme deixa uma lição no próprio nome. Lute por uma vida diferente, desligada de padrões, clichês e seja o senhor de si mesmo.

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