terça-feira, 10 de setembro de 2013

Crítica - O Mundo dos Pequeninos (2010)


A animação é simples, bela e carismática. Seus detalhes minuciosos dão a grandeza necessária à obra. Com um roteiro pouco inovador e uma pureza incontestável "O Mundo dos Pequeninos" é um filme para sonhar. Quem nunca imaginou seres minúsculos que vivem escondidos em nossas casas? A magia do minúsculo, um mundo interessante dentro de outro tão monótono. 
A trilha sonora é leve e faz a imaginação fluir, os momentos de tensão diante de algo tão comum é o diferencial da obra, e a edição de som está fantástica. As variantes invenções dos pequeninos para sobreviver "pegando emprestado" nossos alimentos e objetos é extremamente critiva. As cores, a luz, os sons minúsculos que passam despercebidos aos nossos ouvidos é uma junção artística que impressiona. O ponto fraco é o final do filme que deixa uma dúvida desconcertante - estou vendo um longa-metragem ou um episódio de alguma série? Falta o desfecho e a sensação de realização, mas nota-se que foi proposital. Na realidade, apesar da frustração, você acaba aceitando a conclusão da obra por entender sua magia e seu objetivo. O diretor Hiromasa Yonebayashi queria justamente causar essa sensação de inacabado para deixar a história viva, é como um sonho bom que termina de repente, mas suficientemente belo para ser inesquecível

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Uma Rainha sem Coroa

                     

Katheryn Elizabeth Hudson, uma intérprete estadunidense que parecia estar fadada a uma carreira anônima e de pouco reconhecimento é nada mais nada menos que Katy Perry. A cantora se tornou a única artista a ter cinco músicas de um mesmo álbum no topo do ranking da Billboard, ficando atrás apenas de Michael Jackson com "Bad". Katy fez polêmica com "I Kissed Girl" e como uma luz no fim do túnel vimos uma garota linda, com uma voz diferente, cantando música sobre beijar garotas, tudo isso embalado por um pop rock viciante. 

Katheryn era promissora, agradou adolescentes, jovens e adultos e começou a ser cogitada,futuramente, como a sucessora da rainha do pop.Porém, não foi bem assim que aconteceu. Perry viu sua imagem ser apagada com o surgimento de uma estrela promissora chamada Stefani Joanne, mais conhecida como Lady Gaga. A entrada meteórica de Gaga no cenário musical foi forte e inquestionável, com seu primeiro single "Just Dance" a cantora ficou no topo das paradas da Austrália, Canadá, Países Baixos, Irlanda, Reino Unido e Estados Unidos, e recebeu a indicação aos Grammy Awards na categoria de Melhor Gravação Dance. Todos os holofotes deixaram o palco de Katy e brilharam sobre Gaga. 

Perry estava fadada a se tornar mais uma extensão de Avril Lavigne, Pink e outras, que apesar do talento e sucesso estão fora da batalha pelo trono pop. Todavia, no mundo da música sabemos que nada é previsível, e eis que surge - Alice. Mas seus cabelos não são loiros como as outras, eles são azuis, e o país da Maravilhas é doce,colorido e com mulheres quentes se divertindo. "California Gurls" foi um estouro e recebeu a marca de 3 milhões de download digitais no ITunes, ela estava de volta, e diferente da proposta de muitas resolveu se divertir, não fez polêmica nem chocou, vestiu uma peruca azul e saiu por aí; assim conquistou o posto de primeira mulher em 53 anos a ter cinco singles consecutivos no topo das paradas de sucesso. "Teenage Dream" parecia um sonho, e como revela o nome: um sonho adolescente. Seu terceiro single "E.T." permaneceu no primeiro lugar por 52 semanas fazendo Perry entrar pra História como a primeira artista a passar um ano inteiro no top 10 da Billboard. Talvez a humilde ex-cantora gospel superasse Michael Jackson se "The One That Got Away" tivesse emplacado em primeiro, mas apesar dos esforços dos produtores o single chegou a sua máxima posição no terceiro lugar. 

Katy desafina ao vivo, fez um show mixuruca no VMA 2013, sua turnê apesar de ter recebido um ótimo retorno financeiro e de público não inovou e pra piorar tem um péssimo gosto para namorados, mas faz seu trabalho dignamente e sem muito alarde acaba quebrando recordes e fazendo dinheiro, muito dinheiro por sinal. 

A peruca foi queimada e "Roar" em 40 minutos após ser lançado já estava no topo das mais vendidas no território britânico. Com um som comercial que não saí da cabeça, e com letras de superação Katy Perry é um padrão para indústria da música, um tiro certeiro.

Por culpa dos "Hackers" "Applause" foi lançado no mesmo dia que "Roar" e Katy se viu mais uma vez ameaçada pelo meteoro Gaga, mas não foi bem isso que aconteceu, afinal, enquanto Perry ruge do topo da Billboard, Lady Gaga aplaude da sexta colocação. Agora com lançamento do novo clipe ela vem mais uma vez com uma proposta simples - vestida com folhas e flores, tipicamente perdida.Não está mais no país das Maravilhas, se encontra numa floresta e apesar de sentir o perigo permanece forte e dominante.Com seu olhar feroz subjuga o maior predador territorial e senta-se em um trono improvisado, ainda em fase de construção, mas que se estabelece pouco a pouco. Katy Perry rugiu e se fez ouvir.Aplausos!

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Crítica - O Silêncio dos Inocentes (1991)




O Silêncio dos Inocentes é o terceiro filme a ganhar prêmios Oscar nas cinco categorias mais importantes : melhor filme, melhor ator, melhor atriz,melhor diretor e melhor roteiro adaptado. O longa é uma obra de arte sem igual na história do cinema, e foi escolhido para ser preservado no National Film Registry. Dirigido por Jonathan Demme é baseado no romance de 1988 escrito por Thomas Harris, seu principal personagem é Hannibal Lecter, um pisiquiatra serial killer e canibal. Anthony Hopkins eternizou seu personagem e fez história com sua atuação, Hannibal se tornou o psicopata mais conhecido do mundo. Jodie Foster como  Clarice Starling, não só ganhou o oscar como provou que o ator é que faz o personagem e não o contrário, afinal o serial killer tinha todas as atenções voltadas para si, as chances da personagem de Foster roubar a cena eram mínimas,contudo a atriz fez uma atuação forte e convivente trazendo pela primeira vez na história do cinema dois protagonistas densos, antagônicos e em total harmonia.

Elogiar o estético da obra, suas atuações, seu roteiro cheios de nuances e sua importância não seria novidade, há centenas de criticas por aí fazendo isso. A questão mais importante é : O que faz o filme ser tão extraordinário? Por que Hannibal Lecter é tão fascinante e como podemos nos sentir em relação a isso já que se trata de um Serial Killer?

 A resposta é simples, apesar de não explicita. Nós seres humanos sempre nos surpreendemos com qualquer coisa "que foge da nossa compreensão". O mistério tende a  despertar a curiosidade isso é algo natural, porém se a coisa misteriosa vai contra princípios e sentimentos universais tudo se torna uma mistura de espanto e incredulidade. Assim acontece com os Assassinos em série. Um ser humano aparentemente normal, que paga suas contas em dias, tem um ótimo rendimento no trabalho e um bom histórico na vizinhança é isento de qualquer desconfiança, espera-se de pessoas assim pequenas falhas, comuns a todos, não algo grotesco e desumano. Duas personalidades totalmente distintas convivendo num mesmo ser, capaz do sorriso mais cativante ao crime mais hediondo é algo perturbador. Um criminoso comum é julgado pela sociedade de várias maneiras, todas com sua real sentença. Já os Seriais Killers não entram nesse julgamento, as pessoas não conseguem entender o porquê e por isso motivo eles não são postos em uma categoria de fácil entendimento e seguem em nosso consciente como fantasmas requerendo explicações. Só esses motivos já seriam suficientemente fortes para "compreender" por que nosso personagem central é o que é, contudo, falta-lhe explicar que sua personalidade é única e suas motivações talvez não sejam tão visíveis e quanto mais cruéis os crimes, mais questões surgirão diante de nós.

Na seguinte cena somos apresentados ao Hannibal Lecter : A agente do FBI Clarice Starling caminha pelo corredor de uma clínica psiquiátrica de segurança máxima, conforme passa pelas selas percebe diversos detentos, todos com uma aparência doentia e violenta, estão atrás de grades e suas celas são escuras e sujas. Quando encontra Hannibal ela se vê diante de um cárcere diferente, com vidros à prova de balas, bem iluminada, com belos desenhos na parede e um homem de aparência calma e receptiva à sua espera. Ela se encontra diante do mais temido assassino do mundo, que não só matava, como devorava suas vítimas, muitas vezes ainda vivas. Porém se nada fosse avisado a ela, com certeza esse senhor seria eliminado da sua lista de potenciais criminosos, seu semblante é de alguém que não faria mal a uma mosca e sua austeridade traz confiança imediata. Lecter possuí um olhar penetrante e um ar de riso acentuado, suas feições é de alguém que se acha superior, algo comum em psicopatas, ele parece analisar algum animal, a agente do FBI está mais para um rato de laboratório que um ser humano. O assassino em série e psiquiatra pede as credencias da mulher e percebe que está diante de uma estagiária, o que fere explicitamente seu orgulho. Somos convidados a entrar em um jogo de gato e rato, e aceitamos isso despercebidamente, para a maioria do público essa situação só ocorre quando Hannibal propõe revelar informações sobre "Bufallo Bill" em troca de detalhes pessoais agente Starling mais adiante, contudo a troca de favores já começou na cabeça do Doutor bem antes. Quando Clarice decide entregar seu formulário tem seu pedido negado, porém Hannibal lhe faz uma pergunta e quando respondida ele cede. A agente não percebeu, mas a rotina de recompensas já havia começado. Conforme era saciado ele cooperava, porém não era apenas pelo jogo, o assassino sabia que Jack Crawford (o chefe de Starling) estava usando a estagiária para conseguir se autopromover e por isso decidiu acabar com os planos do agente, fingindo entrar no seu jogo,mas usando suas próprias regras. Tudo é tão bem elaborado que Hanibbal dá pistas em forma de anagramas para Clarice, a fim de testar sua capacidade de entendimento. O jogo de toma lá dá cá não é proposto pelo Doutor verbalmente e descobrimos que para o Serial Killer seu passatempo preferido é desvendar as pessoas, saber como elas funcionam, o jogo não só traz fatos da história pessoal da agente como também revela até onde a mesma é capaz para desvendar o caso.  Ambiciosidade de Clarice é visível e isso o deixa satisfeito, como psicopatas tende a não demonstrar sentimentos, com suas indagações e reações entendemos que o assassino não está ajudando Clarice por empatia e sim por méritos próprios da agente e a cada cena do filme percebemos que ele deixa de olhá-la como uma mera experiência  e passa a aceitá-la como peça principal para seu jogo. A grande deixa do filme é não se deixar enganar.

Pulemos para a cena que eu julgo ser a mais importante: A agente revela sua principal lembrança que a atormenta até hoje, o assassino consegue enfim descobrir o trauma de infância e entender por que Starling decidiu entrar para o FBI. "Obrigado Clarice" diz o Doutor com olhos lacrimejados e uma sensação que mescla tristeza e prazer. A cena é cortada e um desenho da agente segurando um cordeiro é mostrado, Hannibal acabou de fazê-lo e o quadro simboliza Jesus (Clarice) segurando o cordeiro, atrás da imagem podemos ver algumas cruzes retratadas. Qual o significado disso? A agente é uma espécie de mártir para Hannibal? Ele vê nela a imagem da pureza, aquilo que falta a si mesmo? Tais questões são respondidas, mas como pistas desconexas deixadas pelo diretor. Hannibal pede carne de carneiro na prisão, isso significa que apesar da sua humanidade existe em si um instinto assassino incontrolável. Sua cede por sangue é saciada nas próximas cenas. No final do filme em um diálogo rápido Lecter diz: "Não tenho planos de procurá-la.O mundo é mais interessante com você nele." Podemos deduzir que o assassino ver na agente algo que falta na maioria dos humanos, um certo tipo de áurea, uma pureza rara, uma motivação nobre despojada de qualquer interesse sujo ou pretensioso. Mas aí vem outra pergunta : se os Seriais Killers são tão inescrupulosos e não criam empatia por ninguém o que impede Hannibal de assassinar Starling? A resposta é simples: sua natureza. Todo assassino em série atende a uma necessidade matando, a de "Bufallo Bill" é a cobiça. E qual é a de Lecter? O filme não revela. Como eu expliquei no início do texto, as reais motivações dessas pessoas são muitas vezes desconhecidas. O que faz um psicopata escolher alguém para saciar suas sandices é algo muitas vezes inexplicável, existe um padrão, mas muitas vezes esse padrão não segue um contexto lógico.Não era da natureza de Hannibal matar Clarice e isso não tem nada a ver com o desenho e as revelações pessoais, nem foi a empatia ou algum vínculo que o impediu, desde quando a viu na prisão ele não sentiu desejo de fazer mal algum a ela. Simplesmente não era de sua natureza.

O Silêncio dos Inocentes se tornar surpreende por mexer tão bem com situações complexas e cruéis. É um moisaico de sentimentos, questões, perplexidade e ilusão. Estamos diante de um assassino bárbaro e muitas vezes simpatizamos com ele, sua capacidade de enganar e seduzir é tão grande que torcemos para que encontrem "Buffalo Bill" e aceitamos o fato de Hannibal estar livre. Nos surpreendemos com sua crueldade e nos curvamos diante de sua sagacidade. O filme trabalha o psicológico dos personagens e distraindo o público consegue mostrar como esses monstros atingem suas vítimas. Encobrindo-as com suas doces palavras essas criaturas vão seduzindo suas presas e como uma bela água viva que dança com suas cores vibrantes, vai fascinando cada vez mais, até que você chega bem perto e decide tocá-las, afinal um animal tão bonito não pode oferecer risco. Mero engano.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Mais do mesmo Lady Gaga?


Logo após o vazamento de "Applause" a sensação de surpresa se apoderou de mim. Com toda a expectativa sobre "ARTPOP", novo álbum da cantora que prometia reunir arte e música de uma maneira jamais vista,o single parecia uma semente muito bem colocada e que trazia a esperança de algo realmente inovador.Contudo uma tentativa comum de trazer mais reconhecimento à "Appaluse", que em comparação a "Roar" de Katy Perry,estava bastante tímido, foi posto em prática e o videoclipe foi liberado sem aviso prévio. O vídeo possuí uma simbologia forte, como era de se esperar, e mais uma vez traz uma Gaga pesada e sem sentido. A cantora aparece algumas vezes dentro de uma cartola, simbolizando o coelho mágico que brota "surpreendentemente" de algo pequeno demais para o seu tamanho, com certeza uma analogia ao seu novo álbum como a "mágica do ano". Logo após, vemos Lady Gaga presa em uma gaiola, com uma maquiagem que lembra um zumbi de filme barato, cabelos loiros curtos e uma pinta encima dos lábios.Seria uma Marilyn Monroe zumbificada, trancafiada e louca? 

Somado a isso, temos os "desnecessários típicos" da cantora que tentou chocar com o clipe "Born This Way",como por exemplo - a referência que ela faz ao anjo "dark"(que sempre dá aquele significado "satânico" nas coisas) quando aparece com asas esqueléticas sobre um altar. O cisne negro com a cabeça de Gaga é mais uma vez "eu quero chocar".Bizarro e altamente dispensável.Para completar vemos ela se debatendo enquanto é aplaudida, arrastada segurando uma perna de manequim gigante, ficando furiosa, e fazendo aquele famoso gesto com as mãos sobre o olho, enfim, tudo que já estamos habituados.

Apesar dos pesares, Lady Gaga é assertiva quando aparece com uma roupa inflável, com o rosto pintado (como propõe a capa do single) e cantando em um colchão. Quando o vídeo chega ao fim a conclusão que cheguei é que Gaga mais uma vez quis passar a mesma mensagem de sempre - "Quero ser conhecida por meus clipes bizarros e não pela minha música."

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Doce Vingança 2 (Trailer)


"Doce Vingança",dirigido pelo "desconhecido" Steven R. Monroe, é uma refilmagem do filme "A Vingança de Jennifer"(1978). Apesar da maioria dos críticos manifestarem sua indignação pela mensagem social do filme (vingança e ódio), a obra foi muito bem recebida pelo público e elogiada pelo The New York Post. 

Particularmente gostei, pois muda o foco que a maioria dos filmes de terror e suspense costumam mostrar. Geralmente ficamos aflitos pela mocinha que vai para um lugar entranho, com pessoas estranhas e só faz burradas. No final torcemos para que ela consiga escapar do serial killer, espírito, monstro etc. "Doce Vingança" é diferente, pois traz uma outro ponto de vista e faz o espectador desejar a morte dos protagonistas.O sentindo de vingança é latente e o longa consegue saciar a sede do público de uma maneira esplêndida. Para não haver dúvida se a garota deve ou não se vingar de seus estupradores, o filme contém cenas pesadas, induzindo as pessoas a terem raiva dos criminosos; e exibe um papel social muito forte quando demonstra o terror vivido pelas vítimas de crimes sexuais.

Agora sua sequencia envolve uma nova protagonista e conta com o roteiro de Tom Felton o mesmo que fez ''Jogos Mortais 4" (Não!Ele não é o Draco Malfoy!). Tem tudo pra ser uma ótimo filme e quem sabe um blockbuster .A estreia acontece no dia 25 de setembro nos EUA,ou seja, quase no final do ano deve aparecer por aqui.

Sinopse

“Naturalmente bela, Jessica se mudou para Nova York para tentar a carreira de modelo. Mas o que começa como uma simples e inocente sessão de fotos, logo se transforma em algo perturbadoramente impensável! Estuprada, torturara e seqüestrada em um país estrangeiro, Jessica é enterrada viva e deixada para morrer. Contra todas as probabilidades, ela consegue escapar. Gravemente ferida, ela vai ter de se aventurar nos lugares mais escuros da psique humana, não só para sobreviver, mas para executar seu plano de vingança… ”



                             

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Análise Filosófica: Analítica do Belo segundo Immanuel Kant




1 – Primeiro momento do juízo de gosto, segundo a qualidade.

O belo para Kant não era algo que pudesse ser definido através de conhecimentos objetivos ou por alguma técnica, ele tinha ligação direta com as sensações que despertava no indivíduo. O sentimento de prazer ou desprazer causado pelo objeto trazia a noção do que era belo ao particular. O juízo de gosto, ou seja, o conceito de gosto não é lógico e sim estético e por isso subjetivo. Não se pode designar uma definição para a beleza, ela é composta por atributos que tocam seu observador de forma restrita. Para findar seu pensamento Kant afirma que para exercer o juízo que define se algo é belo ou não é fundamental está indiferente ao sentido prático da coisa julgada, esse julgamento precisa ser inspirado na apreciação despretensiosa e seguindo o instinto.


Análise Filosófica: Fedro (Platão)



             


                                       Amor, Beleza e Verdade na Filosofia Platônica

"Fedro" é uma das mais sublimes obras platônicas. Platão escreveu "oficialmente" vinte e sete diálogos, entre os quais se destacam quatro : Banquete, Fédon, Fedro e A República. Cabe-se necessário salientar que essas quatro obras são as mais populares, não menosprezando o alto teor de importância das demais.
 "Fedro" é intitulado como o diálogo que expõe as considerações de Platão sobre a retórica e o amor. A retórica é a arte de falar bem, de convencer o público, é o ato de embelezar o discurso a fim de ser mais convincente. Com o passar do tempo a retórica acabou se tornando sinônimo de "palavras vazias", perdeu-se a preocupação em informar a verdade e muitos oradores usavam-na apenas como forma persuasiva. O amor que se refere o diálogo ficou conhecido como "amor platônico", popularmente conhecido por ser um sentimento ilusório e fantasioso. Contudo veremos que a definição citada anteriormente está equivocada, Platão distingue o amor (amor platônico) da paixão dando significados antagônicos para os mesmos, enquanto o primeiro é divino o segundo se deleita na consumação dos prazeres.


Crítica: 500 Dias com Ela (2009)



O filme não retrata uma história de amor, baseia-se na simples expectativa de diferentes pontos de vista de um mesmo assunto. "Tom" desde a criança foi condicionado a acreditar em "felizes para sempre", aquele romance arrebatador e perfeito. Enquanto "Summer" sempre foi realista e através da separação dos pais percebeu que o amor não é como mostram na tevê. O encontro entre os dois era bastante improvável assim como relata o narrador e isso mostra que somos guiados por coincidências. Não existe alguém certo,ou uma alma gêmea, o que na realidade acontece é o encontro de duas pessoas com vidas diferentes que se apaixonam e decidem compartilhar momentos juntas. As chances de um relacionamento ser duradouro vem da química do casal, das coisas em comum, da compreensão, enfim, são "n" fatores e o que deixa tudo mais difícil é por que são dois indivíduos no comando.

Crítica: Elefante (2003)



"Elefante" é um filme para poucos. Baseado no Massacre de Columbine que deixou 13 mortos em 20 de abril de 1999, o filme se distingue por seu teor realista, incomum e silencioso. As tomadas das cenas mesclam tempos que são expostos de forma singular, são pontos de vistas diferentes de uma mesma realidade, se você piscar perde a mudança de personagem. A obra não tem trilha sonora, e o mais interessante é a câmera que vai seguindo cada protagonista, dando a sensação que alguém os vigia. São várias histórias e nenhum aprofundamento, simples opiniões e muitas conclusões. Seu diferencial sem sombra de dúvida é a narração, a forma que ele expões seus personagens diante do público é original e tenso. Temos os últimos momentos de vidas de vários adolescente,não se conhece suas trajetórias, mas com esses últimos minutos entende-se seus anseios,medos, sonhos, problemas e realidades. Essa forma de abordar o íntimo sem se aprofundar, coloca em foco nossa capacidade de entender os sinais. Sinais esses que foram ignorados por diretores,professores e alunos. Até hoje não se sabe a "real" motivação para o massacre, mas algumas opiniões são mostradas no filme, como por exemplo: o bullying que é posto de uma maneira explicita e implícita. 

Crítica: A Vida dos Outros (2006)


"A vida dos outros" é um filme alemão de 2006, escrito e dirigido por Florian Henckel von Donnersmarck. Ganhou Oscar como melhor filme estrangeiro e foi indicado ao globo de ouro.

A obra é sem sombra de dúvidas sublime. Possuí um teor político forte e uma visão poética dos acontecimentos que permeiam a casa do dramaturgo George Dreyman. A Alemanha Oriental totalmente controlada pela Stasi ("Ministério para a Segurança do Estado") é um local onde o medo e repressão convivem juntos. Seus cidadãos são monitorados constantemente por seus "líderes" e um espírito politico que prega igualdade a todos acaba calando a liberdade de expressão e o livre arbítrio. 


Crítica : O Homem de Aço



Diferente de todos, único e original. "O Homem de aço" está mais real, totalmente voltado para aquilo que é - um extraterrestre. Em contra posição com as versões anteriores, o filme de Zack Snyder surpreende pelo valor realista. Quem esperava uma versão à la "Smallville" para os cinemas, se decepcionou. Ouvi comentários do tipo - "Nossa, estou frustrado, muito futurístico, muita informação, muita luta!" Na verdade a expectativa baseada da produção de Christopher Nolan foi o grande motivo de tanta especulação. Alguns esperavam uma versão "Cavaleiro das trevas", outros algo mais sombrio e verdeiro, enfim, pra ser bem sincero a maioria das pessoas queriam um Superman mais Clark Kent,engraçado como Tony Stark e real como Bruce Wayne. O que poucos conseguiram entender foi a grandiosidade dessa versão ímpar para os cinemas. Zack Snyder trouxe um homem verdadeiramente de aço, um moçinho rebelde,um ser com a bondade lutando contra seus extintos mais humanos. 

Crítica: Minha Mãe é Uma Peça (2013)


"Minha mãe é uma peça" entra para o âmbito das grandes comédias nacionais. Dirigido por André Pellenz (220 volts) o filme nem de longe parece o programa, a não ser pelo fato de ser protagonizado por Paulo Gustavo. O filme tem um humor de rotina (aquele que presenciamos no dia-a-dia), não força, e consegue segurar o público naturalmente. Paulo Gustavo é rápido e dinâmico deixando a obra incansável e incontestavelmente hilária.Há também espaço para os outros atores, o protagonista não ofusca ninguém e o entrosamento entre os personagens é incrível, são várias estrelas brilhando e não apenas uma. Sinceramente achei a produção completa e bem finalizada, fazia tempo que não ria com uma comédia brasileira, acho que finalmente eles entenderam que não se faz graça com piadas "casseta & planeta" e sim com uma dose de cinismo dentro de uma realidade. Recomendadíssimo.

Crítica: Acossado (1960)


Acossado (À bout de souffle) de Jean-Luc Godard é um marco no cinema mundial, com uma nova proposta para o cinema, o filme rompe com padrões clássicos e oferece novos ângulos para uma boa produção cinematográfica. Exibido em 1960 em uma época onde os filmes mantinham sempre o mesmo modelo e onde apenas o roteiro fazia diferença, Acossado traz um história simples e não muito arrojada, mas que se torna uma obra de arte pelo impacto.
Com ângulos de filmagens incomuns, cortes abruptos e uma fotografia impressionante, tudo parece caminhar com os personagens. A sensação que se tem é que você está assistindo um filme atual, mas com uma tecnologia propositalmente feita à la anos 60. Seu roteiro abre alas para a improvisação, conforme o próprio diretor cada cena era feita de acordo com algumas anotações feitas pelo mesmo, sem um texto completo para levar à risca, os atores tinham a plena liberdade de criação. Isso foi um choque para as produções da época onde tudo era minuciosamente elaborado. Acossado é dinâmico, há enquadramentos nas ruas, em shoppings, carros, na cama, sente-se a vida prosseguindo, a câmera segue o ator. Um verdadeiro espetáculo para os olhos.
A cena mais impressionante se revela no início da obra, quando o personagem Michael Poiccard (Jean-Paul Belmondo) conversa com a câmera, um marco para o tempo e copiado até hoje. Não posso deixar de mencionar, também, o diálogo que acontece durante um passeio de carro entre Michael e a estonteante Patricia Franchisi (Jean Seberg) nessa parte em particular acontece algo simples e inovador – enquanto o diálogo dos dois é construído de uma forma contínua, as ruas vão mudando, com cortes rápidos, dando a sensação de um grande espaço de tempo.A forma de mostrar o exterior da perspectiva do personagem é memorável.
A linda jovem buscando sua independência rouba a cena diversas vezes, na verdade, essa história apesar de ter o enfoco no personagem masculino é sem sombra de dúvidas voltada para a protagonista, a mocinha não tão mocinha assim. Patrícia representa a mulher dos anos 60 que trabalha, dirige, é independente e tem a plena consciência do seu poder. Apesar de amar Michael não vê nele segurança e isso é o ponto chave da trama (no sentindo emocional). Enquanto o rapaz faz de tudo para agradá-la, o que realmente funcionaria seria um belo anel de compromisso e uma vida estável. Essa seria a grande prova de amor.
Acossado não é uma obra para todos, e muitos podem achá-lo chato, frívolo e brega, porém quem perceber a grandeza e o que essa obra significou no tempo em que foi lançada vai se apaixonar pela ousadia de Jean-Luc Godard, que com pouco e distintamente conseguiu mudar a forma de fazer cinema no mundo.

Crítica: O Grande Gatsby


O Grande Gatsby cumpre seu papel além do esperado. Fitzgerald criou uma obra com uma dinâmica impressionante e uma história fora e dentro dos padrões. Trazer às telas uma obra tão densa e obscura não é tarefa fácil e com toda convicção afirmo que Baz Luhrmann atingiu tal feito. Quem leu o livro sabe a riqueza de detalhes que adorna a obra, composto por uma trama séria e misteriosa, é muito comum se perder diante da mente brilhante do autor, que joga com os leitores usando uma falsa estabilidade. 

Mas deixemos um pouco a literatura de lado e vamos ao que interessa. Com uma trilha sonora empolgante e franca, O Grande Gatsby despoja o espectador ferozmente. Sem delongas, você é trasportado para a Nova York de 1920 e é através do excelente trabalho de fotografia que todos se sentem próximos aos protagonista. A direção de arte está impecável, cada detalhe é tão bem trabalho que muitas vezes me perguntei se aquilo era possível. Como muitos rotularam - É ousado e extravagante. Os atores cumprem bem seu papel, destaque especial para Joel Edgerton que traz um Buchanan explosivo e brilhante, e para a encantadora Carey Mulligan que ao meu ver foi perfeita para o papel.Mas quem realmente se revela promissora é a "desconhecida" Elizabeth Debicki, que apesar de não ter muitos diálogos, simplesmente magnetizou a todos com sua beleza e elegância. O filme é uma obra de arte completa, e peca propositalmente quando não dá importância ao relacionamento de Jordan (Elizabeth Debicki) e Nick (Tobey Maguire) que acabaria tirando todo o mistério que envolve o personagem central Gatsby. 

Um final simples, tocante, e sincero, "O Grande Gatsby" provoca questionamentos intensos a quem assiste - O que é mais importante? O amor ou a segurança? Será que vale a pena se dedicar ao amanhã e esquecer o hoje? A vida não espera, e o tempo pesa,muitas vezes ele acaba sendo mais importante que qualquer outro sentimento.

Crítica: Odeio O Dia Dos Namorados (2013)


"Odeio o dia dos namorados" é uma produção voltada simplesmente para a data, nada mais que isso. Com um roteiro nem um pouco inovador e até mesmo copista, o filme não tem a pretenção de ser um "Se eu fosse você" ou "De Pernas pra o ar." 
Graças á Deus que quando sentei pra entregar minha atenção a tal obra já sabia o que me esperava. O cômico é totalmente estruturado no personagem de Marcelo Saback (Gilberto) que faz um espiríto homossexual, a típica "bicha engraçada", o que acaba dando certo, até por que Heloísa Perrisé está tão radiante (estou sendo muito irônico) quanto a Monalisa de Avenida Brasil.Ainda não entendi qual foi o seu papel nesse "meia boca". Atuação formidável venhamos e convenhamos é a do ursinho "te quero",muito clichê, porém perdoável e não posso deixar de mencionar a cena da cadeia que me rendeu bastante risadas Caso você não tenha muito o que fazer e quer perder algumas horas, relaxar, esquecer a vida, sei lá...é uma boa pedida. Quem sabe você não tem a sorte de ter um gordinho hilário atrás de você com a risada engraçada e que deixa tudo mais emocionante? Eu tive essa sorte!


Crítica: Inatividade Paranormal (2013)


Inatividade paranormal cumpre seu papel com maestria. Particularmente achei o filme muito divertido, com cenas bem elaboradas, cenários idênticos aos filmes satirizados e com reações bem engraças. Há poucas piadas inteligentes, mas as expressões de Marlon Wayans salvam qualquer falha do roteiro. Recomendo para quem deseja um domingo divertido e descontraído.

Crítica: A Vida de David Gale (2003)


"A Vida de David Gale" é resumido em um roteiro tão bem trabalhado que consegue enganar os espectadores, porém acaba pecando por deixar tudo tão óbvio nos últimos minutos. Logo no início o filme é marcado por questionamentos e diálogos rápidos, a história parece ser previsível - Um professor exemplar que comete um bruto homicídio. É interessante como os roteiristas trabalham o desenvolver da trama pra você pensar que se trata apenas de descobrir quem é o culpado. Eles colocam David Gale no centro de tudo e o assunto principal é posto timidamente em cada cena, despercebível e constante. 

O diretor Alan Parker trabalha o protagonista de uma forma tão brilhante que consegue calar todas as pistas, com sutileza ele esconde o tema central e te ilude com sinais errados. Nos 45 minutos restantes as coisas começam a ganhar forma, mas não de um jeito notável, pois Parker já te enganou no "primeiro tempo" do jogo. Existe uma venda nos seus olhos com a seguinte frase : A vida de David Gale. Não se trata da vida de Gale e sim de sua ideologia. Claro que nada teria acontecido se não houvesse uma situação que desencadeasse a perda total de amor à vida (as consequências do "estupro" e as perdas), e é nessa situação que o protagonista vê uma chance,não de mudar seu destino, mas de reescrever sua história. "Se a vida te dá um limão, faça uma limonada". E foi assim que David deixou de ser criminoso e se tornou herói. 

O filme tinha tudo pra ser uma obra de arte do começo ao fim,todavia deixou a desejar no final quando duvidou da inteligência do público. Não precisava deixar tão estampado o grande responsável, ao meu ver o filme acabaria com duas cenas : O advogado entregando o dinheiro e o dinheiro sendo entregue ao seu destinatário. Pronto! Já dava pra entender, quem realmente planejou tudo, mas acho que os roteiristas duvidaram da nossa capacidade perceptiva, e preferiram entregar a verdade bem mastigada. Ainda bem que vi a versão com cortes (a que não mostra as revistas pornôs gay na cabana), assim descobri da minha maneira que o caubói tinha uma paixão secreta por Gale, isso fica evidente quando ele assiste a um musical onde uma cantora se "sacrifica",simbolizando o mártir de David. Um ponto interessante é quando o dinheiro é entregue com a seguinte mensagem- "Não pode imaginar como me sinto mal. Berlin, a estudante que era capaz de qualquer coisa". Um emocionante pedido de desculpas do protagonista pelo erro cometido à sua esposa. Se o longa acabasse com a cena descrita anteriormente, com certeza seria mais inteligente. 

Resumindo é um ótimo filme, com um roteiro inquestionável (exceto o final).Kate Winslet que faz a Jornalista "Bitsy" rouba a cena diversas vezes e a direção é exemplar. Com uma mensagem de "lutar por aquilo em que se acredita" e um teor político forte, "A vida de David Gale" entra para história como um filme completo e individual.

Crítica: Reino Escondido (2013)



Reino Escondido é uma animação diferente, mas inteiramente esquecível.É um tipo de filme que você só assiste pela perfeição visual, porque os personagens são decepcionantes. O roteiro é até interessante, consegue mesclar humor, ação, guerra, fantasia e um senso de responsabilidade ecológico essencial para os dias de hoje.O que realmente deixou a animação vazia foram seus protagonistas. Maria Catarina tem a personalidade de um artista que tenta convencer o público com uma falsa ideia de "filha solitária". Nod é o tipico herói rebelde, tão previsível que consegue ser chato. Bomba o professor atrapalhado, pai desnaturado e cientista desacreditado é o mais clichê de todos.O único ser que deixa seus olhos brilhado é a extraordinária rainha Dara que morre no início do filme ( palmas para os produtores!).No meio disso tudo aparecem uma lesma e um caracol que dão graça, vida e personalidade ao filme inteiro.
Acho que o mal não é animação em si e sim o fato de começarmos a ver filmes para crianças com um olhar adulto (Graças a Pixar), afinal se você perguntar a uma criança o que ela achou do filme terá como resposta um bem entonado - Ótimo! 
O que choca de verdade é a riqueza de detalhes e a perfeição dos mesmos, até hoje nunca tinha visto um filme nessa categoria ser tão preciso em expressões e texturas. Com certeza um divisor de águas.Pontos para Blue Sky. Resumindo vale a pena ver pelas características visuais e as lesmas o resto você nem vai lembrar depois.

Crítica: Clube da Luta (1999)


"Costumávamos ler pornografia, agora era catálogo de loja." Essa frase resume toda a essência do filme. O Clube da Luta é uma crítica ao novo estilo de vida humano - consumista, fútil e acelerado. Edward Norton faz o personagem principal (O narrador) que curiosamente não tem nome, uma metáfora à falta de identidade do protagonista. O narrador é um executivo sem perspectivas que trabalha em uma empresa de automóveis, sua função é investigar acidentes e verificar se a companhia é culpada (o que acontece na maioria dos casos). Com problemas de insônia decide procurar um especialista que lhe receita como terapia (de modo indireto) - frequentar reuniões de homens que tiveram câncer no testículo."Edward Norton" começa a se sentir bem ao conviver com pessoas em situações terminais ou extremas, o que é seriamente egoísta, afinal ele usa o sofrimento dos outros para lhe trazer paz e sono. 

Como não me convém falar da sinopse do filme e sim sua mensagem vou direto ao assunto. Merla é a representação feminina do protagonista. É uma mulher sem dimensão, usuária de drogas, sem pudor e conformada com sua situação. Tayler Durden é a representação personificada do narrador, sua consciência, sua liberdade, seu verdadeiro eu, escondido nas entranhas de um ser sem identidade. Tayler é um Anarquista que descobre na luta uma maneira de se rebelar contra as imposições do mundo capitalista. As brigas são uma maneira de se autoflagelar e se ver livre das sensações atormentadoras. Muitas pessoas fazem isso bebendo, fumando, drogando-se, enfim, elas se maltratam como uma forma de protesto. Quem nunca tomou um porre por estar totalmente infeliz? Sabemos que não resolve nada, mas é o jeito que encontramos de pôr pra fora o que nos aflige. 

O clube da luta é feito de detalhes, mensagens subliminares, diálogos reveladores e no final se revela uma lição de vida. 
" Você não é seu emprego, nem quanto ganha ou quanto dinheiro tem no banco. Nem o carro que dirige, nem o que tem dentro da sua carteira, nem as calças que veste." Com uma ácida crítica aos caçadores de marcas, aos consumistas desenfreados que buscam paz em produtos, aos sonhos frustrados pela responsabilidade, às correntes do dinheiro, a um mundo onde o que você tem te define, o filme deixa uma lição no próprio nome. Lute por uma vida diferente, desligada de padrões, clichês e seja o senhor de si mesmo.

Crítica: Histórias Cruzadas (2011)


The Help é brilhante! Como descrever uma obra que consegue reunir tantas questões complexas e coloca-las em uma situação cômica e dramática ao mesmo tempo? As nuances recônditas presentes no longa trazem um brilho desigual ao contexto. Aparentemente The Help é um filme que critica a descriminação racial e a vida hipócrita aristocrata da década de 60.

 O filme começa com o tema principal sendo exposto - O relato de abusos sofridos por uma empregada doméstica. Em segundos você percebe a triste expectativa que essas mulheres carregam para si próprias e seus filhos. O carma cheio de humilhações, restrições e injustiças é passado de geração em geração, como uma maldição concebida humildemente.Porém, com o desenvolver da trama você nota inúmeros acontecimentos e sentimentos célebres no filme, e são esses que o torna tão intrigante e interessante; são histórias cruzadas( título do filme no Brasil) que vivamente estanciam em sua narrativa. A mãe que não sabe criar a filha, a negra que passou todos os seus dias doando-se para cuidar dos filhos alheios e é privada de usar o banheiro de seus patrões. A moça rejeitada pela sociedade por casar grávida, a solteirona independente, a violência doméstica, a hipocrisia, enfim são tantos casos que o filme se mantém atraente o tempo inteiro. Em meio a tudo isso, certos assuntos coadjuvantes são expostos delicadamente, como por exemplo: a popularização da coca-cola e do cigarro (que era visto como um "acessório" atraente às mulheres).

Outra coisa que chama bastante atenção é a submissão feminina aos falsos status da sociedade e a necessidade que as mães tinham em arrumar um bom partido para suas filhas, pois uma moça com mais de 20 anos e solteira não era bem-quista na sociedade. São essas e outras histórias que dão formato e singularidade a The Help, transformando o filme não apenas em uma singela crítica social, mas uma verdadeira vida diante dos nossos olhos.

Crítica: Somos Tão Jovens (2013)



Fazer um Biografia não é fácil, ainda mais quando se trata de Renato Russo. Pra quem achava que assistiria um nova versão de "Cazuza" saiu do cinema decepcionado (não foi o meu caso). O diretor Antônio Carlos fez um ótimo trabalho ao expor um olhar diferente da vida do grande astro brasileiro. Revelou detalhes essenciais de uma forma leve e cômica. Você ri e chora, mas não se choca. A sexualidade de Renato é mostrada aos poucos e nada explícita, a composição de músicas famosas é retratada de uma forma singela e original, tudo é feito com vontade e simplicidade. O que decepciona são algumas atuações, há momentos que as frases estão tão prontas que saem roboticamente previsíveis. Thiago Mendonça é o próprio Renato, disso não tenho dúvidas.A sua atuação está formidável e a maquiagem inquestionável. Destaque também para Laila Zaid, simplesmente doce e marcante.A fotografia em si não deixa a desejar e a trilha sonora é A TRILHA SONORA.
Resumindo é um ótimo filme, muito bem trabalhado, mas com um final mais sem noção que eu já vi. Não tem um ápice, não tem uma cena memorável, não tem um - Nossa! Você vai embora lembrando de outras coisas e se perguntando por que deixaram acabar daquela forma. Fiquei arrepiado no início, feliz no meio e decepcionado no final.

Crítica: O Mestre (2012)


Sabe quando você quer dizer algo, mas não fala nada? Deixa-se levar por acontecimentos e metáforas que vão te colocando de um ponto ao outro e ,aparentemente, nada faz sentido!?A pergunta que me fiz quando terminei de assistir o filme foi - O quê?E isso me fez bem! Diferente das outras produções não recebi uma "verdade" pronta,fui questionado. Não é uma obra onde as coisas são digeridas lentamente a cada cena, a sutileza é tão grande que a mensagem não está nos detalhes e sim no seu ponto de vista. O que você viu? Quais o sentimentos que sentiu? Existe lição disso tudo?Essas são as perguntas e o sumo do filme. 

O Mestre fala com você, mas de uma maneira imperceptível, uma hipnose lenta e tecnicamente feita com êxito.Joaquim Phoenix não existe antes de Freddie Quell (o personagem)o trabalho é tão perfeito que sinceramente não consigo descrever.Não posso deixar de lado Philip Seymour e Amy Adams que colocam chamas em todas as cenas com suas interpretações impetuosas.

Mas afinal, do que fala O Mestre? É simples - abra a janela e olhe para fora, veja as pessoas, converse com elas, perceba seus problemas, seus anseios, seu passado. Com o tempo você compreende que todas querem mudar algo, mas nenhuma aceitam a verdade da mudança. Não querem um mestre que lhes diga o que fazer, mesmo sabendo o caminho, todas vivem suas vidas de uma maneira única e pessoal e talvez nada mude, afinal, até mesmo os seus piores medos e defeitos são a essência do que são. Estamos aqui para um missão e nem sempre essa missão é bela, e isso é definido por aquilo que rege nossos pensamentos. Seus atos revelam seu guia.Então...Quem é seu Mestre?

Crítica: O Homem de Ferro 3 (2013)


Quando você senta pra assistir esses filmes de heróis, já sabe que não está testemunhando uma obra de arte completa e sim um entretenimento de domingo.O que falar de Iron Man 3? Com roteiro previsível,manjado( homens geneticamente modificados - super inovador), e atuações esperáveis, o filme consegue se deteriorar a cada segundo. O que realmente vale a pena são as piadas (parece até Se Beber Não Case) e é claro os efeitos especiais.A edição de imagem e som estão notáveis, você realmente presta atenção no filme quando algo efetivamente grande acontece. Vale a pena ? Com certeza! No mínimo você vai se divertir com as situações cômicas de Tony Stark e ficar sem fôlego nos momentos de ação.

Crítica: O Brilho Eterno De Uma Mente Sem Lembranças (2004)



Escolher Jim Carrey para protagonizar uma obra de arte como esta é no minimo arriscado. Mas assertivo!Sinceramente não consigo imaginar Joel com outra face, outros olhos, outra alma. No começo é perceptível a dificuldade do ator em deixar o personagem fluir.Algumas caretas e expressões faciais tão atinentes a Jim Carrey aparecem nos primeiros minutos de filme,contudo com o desdobrar da história, o relevante ganha seu lugar e Joel simplesmente explode diante da tela como um ser real e possível.Kate Winslet está ofuscante, sua atuação convence e comove e apesar da personagem ajudar, ela traz pra si as virtudes de Clementine de uma forma que você não consegue mais ver a atriz atuando e sim um ser co-existindo com a mesma.

O que falar da luz no rosto dos atores enquanto as bordas das cenas vão ficando escuras?Não seria essa um típica alusão às lembranças?Afinal, quando as memórias vão envelhecendo os detalhes se perdem e só o que importa fica sob a luz - em destaque no nosso íntimo. Tudo se perde, mas há coisas que ficam.Todo o começo é bonito, mas nem sempre o desfecho segue o mesmo raciocínio. O que fazer dos indícios passado que obstina-se em nos açoitar? Seria tão simples dissipar tais coisas, extinguir o que não queremos mais.Valeria a pena? Seria correto com você e com as pessoas que fizeram parte dessa história, ter tais resquícios eliminados de uma vez por todas da vida?Sim, a vida! O que é a vida senão lembranças pessoais e coletivas?Quando tudo acaba o que realmente fica?Lembranças, memórias, vestígios da passagem de algo ou alguém que podem durar pra sempre. 

Esta obra cinematográfica não é um filme para qualquer um, não é algo para qualquer dia, não é esquecível. Ele põe em elevada posição perguntas intimas e muitas vezes dolorosas, que estarão frequentemente passeando no nosso "brilho eterno",o único que nem a morte seria capaz de apagar - as nossas memórias.

Crítica: O Dia Que Durou 21 Anos (2012)


Sou meio suspeito pra falar deste documentário, pois sou totalmente fascinado por essa época tão marcante no Brasil. Abrangendo o meio técnico percebo como a direção de Camilo Tavares deixou a obra tão reveladora e incansável.Todos os fatos são postos diante dos seus olhos e nenhum detalhe importante é deixado de lado,juntaram várias peças de quebra-cabeça e encaixaram tão perfeitamente que em nenhum momento você se perde, algo até corriqueiro em documentários. 

Sobre a veracidade dos documentos e gravações, questionado por uma nota no Wikipédia, posso dizer que não fiquei em dúvidas sobre a influência dos EUA no golpe militar de 64. O que não é bem esclarecedor no vídeo é se Goulart queria ou não instaurar o comunismo no Brasil, afinal, assim como há evidências a favor desse raciocínio, sua atitude de não resistir aos militares acaba indo contra os ideias comunistas, deixando no ar a dúvida sobre suas reais intenções.Um ótimo material pra quem deseja conhecer detalhes "novos" sobre o início da ditadura militar no Brasil. Recomendo!



Crítica: Mama (2013)


Para um estreante diretor o filme não decepciona.É meio previsível, como o desenrolar da história e os "sustos". O que está ficando monótono nesses tipos de filmes é o espirito, demônio ou fantasma sempre vim com a aparência de alguém que foi atropelado e ficou com todo o seu corpo quebrado. É cabeça pra o lado e corpinho pra o outro como diz a Inês Brasil. 

Os cenários estão perfeitos, as atuações também, principalmente das duas garotinhas.O parte mais assustadora do filme é quando as crianças são encontradas, a Mama nem dá medo tanto assim, a não ser pelos barulhos que ela fez que são bem bizarros.Resumindo é uma produção diferente e igual ao mesmo tempo, o final não é previsível e como todo o filme de "terror'" fica algumas lacunas a serem esclarecidas. Guillermo Del Toro não fez mal em produzir, só se esperou muito por isso.

Crítica: Um Dia (2011)



Um dia - é o que temos da vida. Apenas um! Nosso corpo luta diariamente para sobreviver a uma séries de situações de risco simplesmente por um dia. É o que temos. O hoje é a nossa vida e o amanhã é a sorte. Esse filme não é meramente uma história de amor, não é unicamente uma metáfora para o que realmente importa, não é uma situação ilusória que traz aos nossos olhos questionamentos, na verdade é uma afirmação crucial na nossa existência - temos apenas o presente.O passado é um sonho bom e muitas vezes o pesadelo de algumas pessoas, o futuro é aquela ilusão, tudo o que desejamos para nós,já o presente é tratado como uma escada que sobe para o que será ou desce para o que já foi.

 Um dia é uma obra fantástica e o mais interessante é a forma como Lone Scherfig dirigiu. Tudo se passa muito rápido,como a correria da vida,detalhes e palavras vão sendo milimetricamente tecidos e se você perde um detalhe se perde no tempo, não há volta pra explicar o que aconteceu, as cenas vão fluindo e em questão de segundos nada é como antes. O fato do filme ser executado dessa forma só mostra o quão brilhante o roteiro foi.Das atuações não tenho o que falar, Anne Hathaway é sublime e Jim Sturgess cumpre bem seu papel.Um dia,repito, não é mais um história de amor, é o amor pela vida e pelo presente, é aquele certo passado que fica, é a superação, é a forma que encontramos pra viver...

Crítica: Namorados Para Sempre (2010)


Acho que só quem viveu isso pode dizer o quanto o filme é VERDADEIRO, SENSATO, TRISTE e MARAVILHOSO. Começando pelo lado técnico a fotografia impressiona, as cenas te seguram de uma forma tão real que você não está vendo o filme, está dentro dele.A direção de Derek Cianfrance foi no minimo incrível, poucos diretores conseguiriam fazer um longa tão carregado de emoção e de uma forma tão segura e brilhante.A trilha sonora praticamente descreve o filme, cada letra e melodia é como um narrador, que vai detalhando suavemente as partículas da história.

O mais tocante é a forma como o tudo se desenrola, Derek vai misturando, desorganizando e deixando mestricamente cada coisa em seu devido lugar e na sua hora. Michelle Williams não só convence como dá uma vida a mais a personagem.Impossível não sentir na pele o que Dean (Ryan Gosling) está vivendo.Tudo é tão real que dói, tudo é tão íntimo que te questiona, tudo é tão frio e ao mesmo tempo comovente que seu coração fica apertado. 

O que falar de uma história de amor de verdade? Não aquelas de finais felizes, mas sim as que terminam e seguem rumos diferente.Uma esposa que não admira mais o marido por ele ter se tornado extremamente devotada à ela, e um marido apaixonado e realizado por ter se tornado o melhor de si para a sua família. Como não ficar chocado com a sorte que Cindy tem e vê-la jogar tudo para o alto? Como não chorar com a paixão de Dean,tão bonita e inocente, e vê-lo destroçado por uma mulher infeliz? Quem é o culpado? Ele, por ter deixado sua vida por ela ? Ou ela, por ter aceitado e logo após abandoná-lo? Quem é o culpado? O culpado é o amor. O amor verdadeiro que muda os hábitos, muda os pensamentos, muda nossas vidas, acaba com a nossa razão, dá-nos uma felicidade aparentemente eterna e depois machuca-nos sem pudor. Sinceramente - Namorados para sempre - merece ser visto, revisto e aplaudido.

Crítica: Oz: Mágico e Poderoso (2013)


Oz é um filme doce, com roteiro leve e acontecimentos rápidos. Uma produção sem muitas pretensões, em que determinado momento você se prende e em outro tem sono, mas tudo isso parece ser proposicional.Como qualquer filme da Disney ele quer passar uma mensagem e esta é sutil e bonita - Você pode não ter o poder pra fazer determinada coisa, mas sua força de vontade e determinação muda tudo. 

Oz era um charlatão condicionado, ele via o que vivia e mesmo tendo uma alma incrível não sabia, pois achava que o mundo era um lugar onde só os espertos sobreviviam.Com o passar dos dias (acho que passou dias) ele conhece pessoas e criaturas que mostram uma visão diferente da vida.Por que não usar seu maior defeito para algo bom? Por que não entender o que você realmente é, e tentar melhorar a si mesmo? São coisas assim que vão sendo reveladas no filme de uma forma infantil e ingênua e isso poucos percebem. A boneca de porcelana é a pureza, é a fé frágil das pessoas e ela se agarra a um ser "mal" com todo amor,só por um gesto de bondade.A bonequinha simplesmente confia e mesmo que se machuque novamente não tem medo de acreditar. Olhando bem, todos os mocinhos do filme são assim e isso é tocante. 
A bruxa que fica má devido a uma visão distorcida, a má que finge ser boa para enganar, tudo isso evidencia como somos manipulados por acontecimentos exteriores, que nem sempre são reais.No final você entende que o verdadeiro não é o perfeito e sim o imperfeito que se aceita e tenta ser melhor de si. Resumindo é um belo filme e se torna extraordinário por ser amável,inocente e inspirador.

Crítica: Hitchcock (2012)


Hitchcock com certeza não faria um filme assim sobre sua própria vida.A obra se baseia no momento crucial da carreira do grande diretor - Psicose. Ele se encontra em um momento de transição total, a velhice o incomoda e seus desejos proibidos estão mais ardentes do que nunca.Sem inspiração o diretor vive em uma luta constante com sua alma, precisa encontrar algo que supere tudo e que mostre ao mundo que sua mente é jovem e inovadora.Um livro baseado em fatos reais sobre um assassino doente por sua mãe surge e Hitchcock encontra ali o que procurava para se reinventar. 

Hitchock é um filme sobre as dores da terceira idade, sobre um amor degastado e sobre a força de vontade de um diretor em dar tudo o que tem por aquilo que acredita. É inspirador, mas não inovador. É conflitante, mas não surpreendente. É a vida como ela é, com muitos problemas da alma e muito trabalho lá fora. O que mais gostei do filme foi as cenas em que o assassino do livro começa a dominar a mente do diretor, ele tá tão envolvido em tudo que começa a enxergar como o próprio vilão. Um bom filme de bastidores, vale a pena assistir, mas poderia ter sido BEM MELHOR!